Para a “Memorial”, ONG russa de direitos humanos, o
Cáucaso do Norte russo é um cenário de graves violações de direitos humanos,
principalmente depois do início da guerra da Tchetchénia, em 1991. Criada em
1987, em plena “perestroika”, a “Memorial” tem vindo a investigar e denunciar
actos cometidos contra a população civil: pessoas desaparecem, são detidas ilegalmente
e torturadas.
Quando se fala da luta pelos direitos humanos na
Tchetchénia, não se pode passar ao lado da figura de Anna Politkovskaia,
jornalista assassinada a 7 de Outubro de 2006, em Moscovo. Poucos são os que
duvidam que a causa deste crime está nas denúncias das violações dos direitos humanos
levadas a cabo pelas autoridades tchetchenas.
Natália Estemirova foi outra mulher que tombou pelos
direitos humanos na Tchetchénia. Raptada por desconhecidos a 15 de Julho de
2009 em Grozni, capital tchetchena e assassinada no mesmo dia. Natália estava
convencida de que “os defensores dos direitos humanos são assassinados com a
benção do poder”.
Oleg Orlov, também dirigente da “Memorial”, acusou
Ramzan Kadirov, presidente da Tchetchénia, de estar por detrás do assassinato
de Estemirova. Está agora a ser julgado por “calúnia”.
Lydia Yusupova, advogada de Grozni, continua a procurar
pessoas desaparecidas na Tchetchénia.
José Milhazes
inédita, 2010
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